Ajude o seu filho a comer mais vegetais
11 dicas para ajudar as crianças a comer frutas e vegetais com hábitos alimentares na infância.
Bem sei que muitas vezes é complicado para os pais e cuidadores ajudarem os mais pequenos a terem hábitos alimentares saudáveis. Perante a vasta oferta de alimentos açucarados e processados, o consumo de frutas e vegetais por parte das crianças pode ser especialmente desafiante. Desta forma, para colaborar com os nossos leitores que, tal como eu, têm miúdos em casa, criei uma lista de dicas que podem animar a pequenada a ter uma alimentação mais natural.
1. Seja um bom exemplo
Esta é uma das dicas mais importantes, pois as crianças geralmente aprendem por observação. Se os pais ou cuidadores têm uma alimentação diversificada, os miúdos estarão a compreender de forma intuitiva que os alimentos ingeridos pelos seus “modelos” são benéficos, além de entender que é natural tê-los à mesa. Se não aprecia consumir maçãs, por exemplo, de nada adianta forçar os pequenos a comer este tipo de fruta. Coma e aprecie diferentes tipos de alimentos. Desta forma, os miúdos têm um modelo saudável a que imitar. Procure também que as refeições sejam feitas em família. Assim, a observação por parte das crianças é facilitada.
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2. Leve os miúdos ao supermercado
Envolva as crianças na escolha dos alimentos no mercado. Explique aos pequenos como escolher as frutas e os vegetais, peça que indiquem qual o tipo de alimento que gostariam de experimentar e mostre-lhes como cada fruta ou vegetal pode ter diferentes variedades. Pode, por exemplo, indicar que há tomates do tipo cherry, rama, chucha, etc. Em casa, os miúdos podem ajudar na higienização dos vegetais e das frutas que escolheram.
3. Envolva-os na preparação dos alimentos
Os especialistas afirmam que a probabilidade de uma criança experimentar uma comida que ajudaram a preparar é muito maior quando comparado com a oferta de uma refeição feita sem a sua intervenção. Portanto, envolva a pequenada na preparação dos pratos. Este envolvimento, além de melhorar os hábitos alimentares, é também positivo por dar aos miúdos uma noção de controlo e autonomia, visto que sentem que são parte ativa da estrutura familiar. O primeiro passo a ser dado neste sentido é preparar o ambiente da cozinha para receber os pequenos chefs.
4. Peça que ajudem a organizar a mesa
Os educadores sugerem que ao atingir 2-3 anos de idade os miúdos já podem ajudar a organizar a mesa para as refeições. Claramente, o grau de dificuldade desta atividade deve ser gradual, e o mais indicado é que as crianças comecem ajudando a colocar na mesa os guardanapos, pois evita que se magoem. À medida que crescem, podem passar a colocar ou retirar outras coisas, que devem ser sempre escolhidas levando em conta a idade da criança para preservar a sua integridade física. Após os guardanapos, pode ser introduzido o descanso dos pratos quentes, considerando o material de que são feitos. Os de croché, cortiça e palha, por exemplo, são ideais. Ajudar na organização da mesa envolve a criança no ambiente relacionado ao momento da refeição, o que proporciona uma noção da importância social das refeições e da valorização dos alimentos.
5. Use a criatividade na montagem dos pratos
Aproveitar a hora das refeições para trazer diversão à vida dos miúdos é outra das nossas sugestões. Monte pratos coloridos e corte os alimentos em formatos variados, como o de estrela e coração. Fazer desenhos com purés e molhos e usar as frutas e os vegetais para criar personagens também pode ajudar. Não precisa de tornar estas possibilidades todas num hábito, mas às vezes é importante transformar o momento da refeição em algo leve e que crie espaço para a criança relaxar e provar mais alimentos naturais.
6. Prepare receitas com as crianças
Reserve um horário na semana para cozinhar com a pequenada, mostrar-lhes as texturas dos alimentos e explicar quais os benefícios que oferecem ao corpo. Escolha uma receita e ofereça aos miúdos que provem os alimentos antes da preparação da receita final. Por exemplo, se escolher fazer um bolo de banana feito por exemplo com aveia*, nozes* e tâmaras, peça que provem estes ingredientes antes de os incorporar no bolo. Depois, prepare o bolo juntamente com os miúdos e, quando estiver pronto para degustar, pergunte se percebem o saborzinho dos alimentos que provaram antes de preparar o bolo. Estará a ensiná-los sobre a versatilidade dos alimentos e a alquimia presente no ato de cozinhar. Adicione magia ao ato de cozinhar. Eles adoram explorar e descobrir.
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7. Crie uma horta em casa
Explicar aos pequenos qual é a origem das frutas e dos vegetais e quais são as vitaminas e minerais que oferecem ao corpo é mais uma forma de incentivá-los a consumir estes alimentos mais frequentemente. Uma ótima forma de fazê-lo é ter uma horta em casa. Aprender sobre o ciclo dos alimentos na prática ajuda a criança a desenvolver a gratidão e o afeto pela comida, a compreender o valor dos alimentos e a ter uma relação de carinho pela terra. Afinal, quem não fica feliz e grato ao ver um rebento nascer?
8. Trabalhe o tema da alimentação saudável para além dos horários da refeição
Outra forma de incentivar e naturalizar a ingestão mais frequente de frutas e vegetais por parte dos miúdos é através de atividades lúdicas que reforçam a importância de ter uma alimentação saudável. A editora educativa Twinkl, por exemplo, oferece diversos recursos digitais para transformar esta jornada num caminho divertido e saboroso. Com os materiais desenvolvidos pela editora, é possível apresentar às crianças os grupos de alimentos ou simplesmente oferecer-lhes uma atividade de colorir relaxante que tem como protagonistas as frutas e cujo download pode ser feito por meio da vossa conta gratuita da Twinkl. Outros recursos que podem ajudar são a atividade de organização de comidas para uma alimentação saudável e o jogo interativo de colorir frutas e vegetais, disponíveis através da subscrição premium oferecida pela editora.
9. Não force
Respeite e compreenda que talvez nem todos os vegetais e frutas são, por agora, do agrado dos vossos pequenos. Ajude-os a progredir no sentido de uma nutrição completa e saudável por meio da diversificação dos alimentos e do respeito, ou seja, sem tentar convencer as crianças ou forçá-las a comer. Uma atitude desta pode gerar ainda mais resistência, e de certo não é esse o objetivo.
10. Diversifique o modo de preparação dos alimentos
Se os miúdos rejeitam algum alimento, prepare-o da próxima vez de outra forma. Se não gostam de comer cenoura crua, então ofereça a cenoura salteada, cozida, ralada, esmagada, sob a forma de puré ou incorporada a outro ingrediente, como o arroz ou a massa, também pode funcionar. No caso das frutas, se a criança rejeitar uma maçã crua, pode sempre cozinhá-la e verificar se o entusiasmo cresce. Para cada refeição, ofereça uma quantidade razoável de opções. Cerca de 3 ou 4 opções é um bom número, pois, no caso de rejeitar algum dos alimentos servidos, outras opções estão disponíveis, colaborando para manter o equilíbrio nutricional. Outra forma de diversificar o modo de preparação dos alimentos é oferecer os vegetais em palito e servi-los com hummus.
E porque não juntar à fruta preferida um pouco de curgete sem casca, levar à batedeira e oferecer um batido alternativo ou congelar para oferecer gelados refrescantes incorporando frutas variadas, umas folhas de espinafres baby triturado com bebida vegetal? Sugestões alternativas, divertidas, saborosas e muito nutritivas para toda a família.
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11. Elogie e valorize os avanços
Em vez de enfatizar palavras como “experimenta”, naturalize a ingestão dos mais variados legumes e frutas. Não há necessidade de lembrar os pequenos constantemente que estão a provar algo novo, o que pode criar ansiedade e, por consequência, fazer com que rejeitem certos alimentos. No entanto, mesmo com esta naturalização, não significa que não pode elogiar os miúdos quando provam novos alimentos. O elogio colabora com este contexto porque ajuda as crianças a fazer uma associação positiva com a comida, fazendo-as sentir motivadas. Basicamente, não vale a pena lembrar constantemente os pequenos de que estão a comer algo novo, mas não seja indiferente ao perceber que estão a comer alimento saudável.
Não desanime se os miúdos não comerem de imediato os legumes e as frutas que lhes oferece. Continue a dar o exemplo e evite fazer comparações entre outras crianças com o objetivo de incentivar que comam alimentos mais diversificados. Compreenda que cada um tem o seu próprio ritmo e que somos todos diferentes.
Com paciência, verá que toda a dedicação e esforço virão a fazer a diferença. Bom proveito!
E não se esqueça: tenha sempre em conta alergias alimentares que os pequenos possam ter, nomeadamente alergia ao leite, ovo, soja, glúten ou aos frutos secos.
* Conteúdo produzido em colaboração com a editora educativa Twinkl, que disponibiliza recursos educacionais diversos e publica artigos educativos no seu blog em Português.
César
Uma maneira que encontrei de fazer a pequenada comer mais vegetais é raspá-los junto de carne picada e fazer um ragu. Eles não notam.