Iodo, Tiróide e Gravidez

O estado de graça nem sempre é acompanhado só de um mundo cor-de-rosa, razão pela qual todas nós, mulheres e mães, somos seguidas por colegas de ginecologia-obstetrícia e por vezes também por Internistas, inclusive aquando da gravidez.

Gravidez não é doença, é verdade, mas passamos por tantas alterações: desde os desejos ao aumento de peso! Se tudo o que é hormona grita em nós quando estamos grávidas, porque é que a tiróide não se poderia expressar também?! Pois é, ela expressa-se e bem… é uma glândula que é deveras solicitada durante o período da gestação de uma mulher.
Numa gravidez normal, o corpo tem que arranjar forma de dar resposta às exigências metabólicas do novo ser que está a criar. Razão pela qual há um aumento de todo o metabolismo da mãe e assim, a tiróide [sendo a grande responsável pelo nosso dispêndio energético e metabolismo] tem que se adaptar para dar uma resposta adequada. É portanto uma resposta fisiológica, que muitas vezes se repercute em alterações analíticas, razão pela qual existem valores apropriados para as grávidas. As guidelines da Associação Americana de Tiróide recomendam uma avaliação analítica a cada trimestre da gravidez, uma vez que os seus valores alteram ao longo da mesma.

Por vezes, o funcionamento da tiróide fica lento demais fazendo-se diagnóstico de hipotiroidismo (cerca de 5% das grávidas) e outras vezes acelera diagnosticando-se hipertiroidismo (cerca de 2% das grávidas). Ambas as patologias têm que ser seguidas, pois podem conduzir a um parto precoce ou até mesmo ao aborto. É simples, é só um exame de
sangue. Claro que estas alterações dão sintomas: como o emagrecimento, taquicardia, suores, etc. Temos sempre que estar atentos ao nosso corpo, seja em que circunstância for! No caso do hipotiroidismo é necessário fazer a reposição da hormona, o que não traz riscos para o bebé. No caso do hipertiroidismo, o tratamento passa pela avaliação individual do risco-beneficio do tratamento.

Qual é o papel do iodo na tiróide e gravidez?

As necessidades de iodo são maiores nas grávidas do que nas mulheres não grávidas. A deficiência grave de iodo na mãe pode conduzir a alterações neurológicas no bebé, mas o excesso de iodo também pode ser lesivo conduzindo a hipotiroidismo e bócio no bebé. Por isso atenção ao deficit, mas também aos exageros.
A Organização Mundial de Saúde recomenda a ingesta diária de 250mcg de iodo durante a gravidez e a amamentação.
E é aqui que a magia da Lillian começa, uma vez que existem alimentos mais ricos em iodo como o bacalhau (99 mcg), o camarão (35 mcg) e as ameixas secas (13mcg) e portanto faz toda a diferença ter acesso a uma nutricionista nesta altura! O sal iodado pode ser uma optima forma de reforçarmos o consumo de iodo. De qualquer forma hoje já existe a recomendação para a suplementação em iodo na grávida.
No fundo, a grande mensagem é: Um seguimento adequado na gravidez é fundamental, para podermos aproveitar em pleno todo este processo!

Este artigo foi feito com a colaboração da Dr.ª Ana Isabel Pedroso, médica especialista em medicina interna no Hospital de Cascais e mãe de dois pequeninos. Fez a sua formação na Faculdade de Medicina de Lisboa, é uma pessoa super activa e adora partilhar o seu conhecimento.

“Sempre com o bem-estar em mente e tentando partilhar um estilo de vida saudável, cruzei-me com a Lillian Barros num programa televisivo da RTP2, Sociedade Civil, sobre obesidade. Desde então que nos temos vindo a conhecer e realmente partilhamos este gosto por uma vida melhor e mais saudável e complementamo-nos, pois a Medicina Interna e a Nutrição unem-se.
Assim, é com muito gosto que participo neste blogue!”

Podes encontrá-la em vários programas de televisão e em artigos de opinião na imprensa escrita e online. Para mais questões podes segui-la e contactá-la através do instagram @dokinni, do seu facebook ou pelo email draanaisabelpedroso@gmail.com

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