Alimentação InfantilQuando introduzir a carne e o peixe?

Quando introduzir a carne e o peixe?

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Apesar de muitos pediatras continuarem a prescrever a introdução de carne antes, a proteína animal (não látea) pode ser introduzida apenas a partir do sexto mês de idade, constituindo uma fonte importante de fornecimento de ferro hémico. O leite materno não apresenta ferro e as reservas da criança, obtidas através da mãe durante a gestação, apenas suprem as suas necessidades até ao sexto mês de vida. Caso a criança seja alimentada a formula elas já são suplementadas de acordo com as necessidades da criança.

Assim, a partir do 6º mês devem ser oferecidas ao lactente cerca de 30g/dia de carne ou de peixe, peso considerado para o alimento cru e limpo de gordura, de forma a oferecer 4 vezes por semana carne e 3 vezes por semana peixe. Importa variar a oferta no que respeita à fonte proteica, ou seja, o tipo de carne ou de peixe, bem como deve ser dada importância à qualidade do produto.

Tradicionalmente inicia-se a introdução com carnes de aves (frango, peru, avestruz) ou de coelho. Relativamente ao peixe, o bacalhau deve ser introduzido mais próximo dos 12 meses, atendendo à textura fibrosa ou ao teor em sal (se for salgado e não fresco). A proteína pode inicialmente ser adicionada ao creme de legumes, à açorda ou à farinha de pau e posteriormente (a partir dos 7 meses), ao arroz ou massa ou à sêmola de trigo (couscous). Importa desde cedo apresentar ementas coloridas e diversificadas, bem como criar o hábito de os legumes constarem sempre do prato principal. Assim, devem desde sempre ser incluídos 3-4 hortícolas no prato, de cores e texturas diferentes (ex.: cenoura, brócolo e alho-francês). Nesta idade em particular, em que o risco de ferropénia com ou sem anemia é considerável e pode resultar em compromisso da saúde (Lozoff, 2006; Domellöf, 2014; Ziegler, 2014), nunca é demais referir que os alimentos que contêm ferro são a carne e o peixe (vaca: 1,9 mg/100g; bacalhau: 0,7 mg/100g) e alguns vegetais (legumes de folha verde escura, endívias, couve galega, espinafres).

O lactente necessita de garantir uma ingesta diária de 7 mg de ferro. Ora, para além da diferença no teor de ferro entre os alimentos de origem animal e os vegetais, também a biodisponibilidade deste mineral é diferente, sendo absorvido em 25 % quando a origem é o CAPÍTULO Nº 4 – Recomendações alimentares MINISTÉRIO DA SAÚDE | DIREÇÃO-GERAL DA SAÚDE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL DOS 0 AOS 6 ANOS 65 ferro hémico (proteína animal) e 2-13 % quando a fonte é vegetal. Poderá, pois, haver necessidade de prescrever suplemento de ferro ao lactente, cabendo a decisão ao médico assistente.

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